Sabia que o nosso amigo João Manuel Cardoso dos Santos, Agente Principal aposentado, matrícula 131238, nascido no dia 18 de Janeiro de 1958, natural de Nelas-Viseu é, desde 2005, o responsável pelo nosso Centro de Convívio?

Sempre muito bem-disposto, sorridente e apaixonado pelo que faz, foi com este estado de espírito que o encontramos no Centro de Convívio. Homem simples, muito humilde e de uma simpatia contagiante, embala as palavras nas mãos e leva-nos por uma história de vida e profissional onde perdemos a noção do tempo.

Em Nelas, aos 14 anos de idade, aprendeu a profissão de serralheiro civil. Com 15 anos de idade, aventurou-se a caminho de Lisboa, cidade que apenas conhecia de nome. Com a mala de sonhos pela mão, o coração ainda longe e o mundo pela frente, conseguiu aposentos em Alfama e pouco depois, era aprendiz de balcão na Cervejaria Primavera. 

Aos 20 anos, o exército, chamou-o e a sua escolha foi o Centro de Instrução de Operações Especiais de Lamego. Concluída a recruta, foi nomeado ordenança do senhor comandante da Casa de reclusão de Elvas. Daqui voltou para o Centro de Instrução de Operações Especiais e em 30 de agosto de 1980 terminou a sua vida militar. Uma experiência muito positiva e determinante para aquilo que viria a ser a sua opção por uma carreira profissional.

Em 1980 candidatou-se à Polícia. Com o olhar fixo num horizonte longínquo e a respiração mais contida, diz-nos que as provas escritas foram realizadas na Escola Secundária D. Pedro V, em Sete Rios e as provas físicas no Estádio do Restelo. “Correu tudo muito bem, sentia-me bem preparado, tinha tido uma boa experiência militar, sentia que podia ganhar este desafio para a minha vida”. Pouco depois, a Polícia, chamava-o para frequentar o Curso de Formação de Agentes na EPP – Escola Prática da Polícia em Torres Novas. Conduzido por um sonho que começava a ter contornos de realidade, no dia 9 de Novembro de 1981, com a mesma mala bem apetrechada, apresentou-se na EPP. Um dia que nunca esquecerá assim como tudo o que ali se iria passar. Uma experiência mais do que positiva, profundamente marcante para toda a sua vida. No mês de fevereiro de 1982 terminado o curso, é colocado na 2.ª Esquadra, pertencente à 1.ª Divisão, na Praça do Comércio, área que não lhe era nada estranha e por isso, facilmente se enquadrou e familiarizou com todo o ambiente.

Reconhecido e admirado pela sua maneira de ser e pelo seu trabalho, pelos seus camaradas e superiores, em 1984 foi convidado para a Seção de Justiça do Comando onde ficou até 1992. “Era um trabalho incrível, nunca se sabia a hora de saída, tínhamos uma área muito grande, fazíamos de tudo um pouco, aprendi ali muito, cresci como homem e como profissional, uma experiência memorável”.

Em 1992 é convidado para trabalhar na tipografia do Montepio. Começou como servente e acabou ali a sua atividade como impressor de off-7. Aqui começou a tomar conhecimento da obra do Montepio. “Pediam-nos muitos trabalhos, era uma equipa fantástica, bons colegas, ensinaram-me muito, sentia-me em casa”.

Em Novembro de 2018 passou à pré-aposentação e o Montepio, bem ciente da sua vocação social e dedicação a esta causa, convidou-o para coordenar as atividades no Centro de Convívio.

Quanto a acontecimentos que o tenham marcado ao longo da sua carreira, destaca vários, mas, o que mais o marcou, foi quando salvou um jovem de 24 anos de idade que queria determinantemente por termo à vida. Depois, quando um grupo de arménios atacou a embaixada da Turquia e o apoio que deu ao filho do embaixador que ficou ferido neste ataque.

E o que gosta mais de fazer? Com um sorriso mais rasgado, um gesto largo das mãos e olhos nos olhos diz-nos: “tomar aqui conta dos mais velhos, os nossos colegas, dar-lhes todo o apoio possível, já deram muito à sociedade e à polícia, merecem carinho, atenção e muito respeito. São pessoas que muitas vezes precisam de desabafar, falar das suas vidas, das suas experiências. Também aqui recebemos colegas, por vezes, em emergência, com dificuldades. Temos sempre a porta aberta e faz-se tudo o que é possível, ninguém fica sem uma palavra e se possível com o apoio do nosso Centro de Convívio. É um trabalho intenso, todos os dias de Segunda à Sexta-feira. Aqui tudo passa por mim, desde a limpeza, a arrumação, roupas, todo o género de bens, o prédio e até as nossas lojas, estou atento a tudo. Trazer dos jornais diários, preparar a sal de convívio, servir os cafés, enfim preocupo-me com estas pessoas. Nesta fase da Covide-19 o Centro de Convívio está encerrado, mas eu continuo em contato com eles. Ligo-lhes frequentemente para saber como estão, se é preciso alguma coisa, são também a minha família”.

Não raras vezes, o nosso amigo João Santos, tem de se deslocar ao Centro de Convívio para receber colegas, entregar-lhes as chaves e dar-lhes as instruções. Muitas vezes ao fim de semana e às mais variadas horas da noite. Está sempre disponível e quando solicitado a resposta é imediata: “Não se preocupe, lá estarei”.

Casado, com dois filhos e dois netos, é na dedicação e amor à família que o seu sentido de vida se conclui com o sentido de elevada realização pessoal, social e familiar.

O seu Benfica não é uma paixão, é sobretudo um desportista. Mas quando lhe perguntamos o que lhe aconchega melhor o estômago aí não vacila: “Um bom cozido à portuguesa, acompanhado com um tinto Ermelinda Freitas ou Dão. Se for na terra da minha Rosa, em Arcos de Valdevez, não perdoo o bacalhau à minhota com um verdinho da marca Alvarinho ou Ponte da Barca”.

Aproveitamos a oportunidade para informar o nosso amigo João Santos sobre a decisão da direção do Montepio de pôr em marcha o projeto de ampliação do Centro de Convívio. Com este investimento vamos aumentar, para o dobro, a sua capacidade com obras de restruturação total no R/C Drt.º. Um projeto estratégico para o Montepio onde o amigo João santos tem participado desde o início com preciosas sugestões que foram tidas em consideração. Este projeto vai inteiramente ao encontro de uma aspiração antiga no sentido de aumentar a nossa capacidade de ajudar, através do potencial que tem aquele edifício face à sua boa localização estratégica e ao prestígio que temos adquirido com a dinâmica do Centro de Convívio.

Fica a nossa sugestão. Não perca a oportunidade de um bom momento e venha desfrutar do nosso Centro de Convívio e da amável companhia do amigo João santos e de muitos outros colegas.

O nosso Centro de Convívio está localizado na Avenida Almirante Réis, 62, R/C Esq.º e funciona de Segunda à Sexta-feira, das 14h00 às 17H30. Telefone 218 151 346

Nota: Este artigo foi aprovado pela direção do Montepio para publicação no site em 8-5-2020